sábado, 30 de maio de 2009

Flight Report TAM - Vôo JJ3507 REC-GRU - "Uma Anja a Bordo"





Era uma tarde de sol em Recife, o elegante Airbus A320 da TAM de prefixo PT-MZO estacionado no box 09, ao lado de outros dois A320 da empresa, ainda não me anunciara que eu faria, dos meus 25 vôos, o melhor de todos...

Estava indo pra São Paulo por motivos profissionais e já me percebia ansioso pela viagem: estava a caminho da minha amada "Sumpaulo". Embarquei no A320 e me apresentei à tripulação como sempre faço e me acomodei em meu lugar depois de assistir a "fumacinha" de oxigênio empurrada pelo vento do condicionador de ar que dava as boas vindas a bordo da companhia (coisa essa que só percebo explicitamente nas aeronaves da TAM)... Acomodei-me na poltrona 19A e fiquei no aguardo da partida do vôo. Mais uma vez me distraí nos monitores com os bonequinhos de massa das instruções de segurança das aeronaves da TAM: era o primeiro diferencial notavelmente singular depois do tapete vermelho de que eu estava na "vermelhinha" prestes a fazer um confortável vôo.

A aeronave, como sempre no padrão TAM de qualidade, estava impecável e todas as poltronas organizadas para nos receber da melhor forma possível. Fomos recebidos de boas vindas pela chefe de equipe Moura, 7 anos de TAM em 2005. Balinhas nos foram oferecidas junto com alguns sons de idiomas estrangeiros que vinham de trás da minha poltrona - turistas provavelmente indo para São Paulo afim de pegar seu vôo internacional ausente no Recife, pois este era o vôo mais plausível naquele momento para chegada conveniente à noite na cidade paulista, horário da saída de muitos vôos para fora do Brasil.

Partida às 17:15, com 89 passageiros a bordo. Os outros dois A320 saíram primeiro (entre 17:00 e 17:15) e de acordo com o horário, tudo se confirmava que meus pais deram "tchau" pro avião errado. Alinhamos dez minutos depois e decolamos às 17:27. Adeus Recife! Lá vamos nós, São Paulo!

Não lembro a que flight level nós voamos. Era cerca de 18:00 o serviço de bordo começou a ser servido pelos atenciosos comissários. Sanduíche frio de queijo com salada nos inconfundíveis saquinhos de alumínio da TAM. Sanduíche bom, mas esperei algo mais como por exemplo uma sobremesa (que saudade deste mesmo vôo 3507 que fiz no brilhante A330 anos antes, em que nos foi servido refeição.) No mais, chegou a hora de descansar um pouco após o lanche e assistir nos monitores um capítulo de "A Grande Família", uns três episódios do desenho "Pateta" e algo mais. Hora também do meu "ritual" após serviço de bordo acabado: visitar a galley traseira e conversar com a tripulação (antes eu vou ao banheiro lavar as mãos e dou uma olhada para eles pra averiguar se estão disponíveis para um bom papo até a descida pra pouso). Então a tripulação estava super motivada e descontraída. Hora de "abordar". Me apresentei e logo a chefe lembrou-se de mim no embarque. Disse que era aeronauta formado e tava indo pra SP por este motivo.

Conversa vai e conversa vem. O meu santo "bateu" com o "santo" da chefe e conversamos bastante sobre carreira profissional e perfis de vários assuntos sobre aviação. Muita receptividade e carisma foram percebidos logo de cara. Havia uma ex-comissária da VARIG (havia duas ex-VARIG) a bordo recém integrada à TAM: estava um pouco familiarizada com a filosofia da vermelha, foi aí que a chefe me disse que ela levaria um tempo pra isso. Concordei, óbvio. Disse que meu motivo da viagem era uma outra empresa: foi aí que ela me disse depois de um tempo que conversamos que eu tinha cara e "estilo" de TAM. Fiquei calado. surpreso . Surpreendemente de uma hora pra outra ela me perguntou se eu havia feito seleção na TAM, respondi que fazia um tempo e ela me recomendou que fosse em seu nome a um determinado lugar, procurasse uma pessoa e entregasse o meu CV pessoalmente. Fiquei pasmo com isto. Nunca me ofereceram tal oportunidade tão rápido e abertamente.

Depois de alguns minuitos ela precisou atender ao chamado do cmte e eu, como tinha o desejo de visitar a cabine, não usei da ousadia mas usei da oportunidade que tive para pedí-la tal coisa. Ela me disse que pediria isto e que ainda por cima perguntaria ao ao cmte. "F" se eu permitiria que eu pousasse na cabine. Fiquei "chocado" com o que eu ouvi. Disse que o que eu eu mais queria era pousar na cabine. Seria o meu primeiro jump-seat. Enquanto ela se dirigia ao cockpit eu me sentei pra aguardá-la na última fileira do lado direito (poltrona D) e por algum motivo ela estava sem o assento acolchoado. Como não queria ousar e arrancar outro assento de outra poltrona sentei daquela forma que estava mesmo. Coração a mil por hora. Estava ansioso pela resposta do cmte. que acreditava ser positiva.

Depois de alguns minutos ela voltou e foi aí que eu fiquei pior de nervosismo (já cansado de ouvir alguns "nãos" anteriores a este meu vôos). É agora ou "nunca"! Ela se aproximou de mim e me falou que o cmte. autorizou e que na hora da descida eu seria convidado ao cockpit. Nesse momento ela viu que eu tava sentado na poltrona "crua" e logo arrancou um assento de outra poltrona e fez questão de colocar na minha poltrona. Profissionalismo? Sim. Mais que profissionalismo.

Ela me pediu que eu voltasse depois à minha poltrona 19A para aguardar o "chamado". Voltei na mesma hora e em menos de vinte minutos(a aeronave já tava descendo pra minha alegria) um comissário fez sinal pra mim e disse "estão te chamando lá na frente". Me senti "o cara". Como no A320 tinha executiva, eles fecharam a cortina pra evitar qualquer olhar curioso e logo entrei no cockpit: foi a visão mais espetacular que tive em toda a minha vida. A chefe armou o jump atrás do "pedestal panel" e logo me acomodei. Me instruiu da máscara de emergência e sobre quando eu poderia me direcionar a palavra ao cmte. Logo de início vi que o Flight Simulator não representa relativamente quase nada. É muito mais complexo todo aquele aparato real, óbvio. Era fascinante todo o operar de navegação e operacional do vôo. A partir dali vi que não é muito interessante "qualquer uma pessoa" colocar o pronome de tratamente "Cmte." antes do seu nome sem a pessoa ser um comandante realmente, pois este requer respeito e dedicação para tal. Enfim, descemos vetorados ILS pra cabeceira 09R e relógio naquela hora pra mim era desnecessário e despreocupante, não vi a hora de mais nada pra postar neste FR! Só sei que demorei um pouco pra achar a pista com o seus "leds" piscando.

O pouso ficou por conta do copila que me disse que o pouso foi "nosso", após perguntá-lo. Taxiamos e durante o mesmo vi que o cmte. e eu estávamos paquerando o A330 que estava na RWY 09L pra decolagem, certeza de que era vôo inter. Paramos de remota na asa D e fui instruído que seria o último a desembarcar. Todos os pax se foram e adivinha quem ficou pra trás? Agradeci ao cmte. por me ter proporcionado a maior emoção que já tive e ao copiloto. Saí (sem querer) do jump e fui me despedir da "minha" chefe de equipe que estava me aguardando. Agradeci a ela por tudo e um abraço bem carinhoso foi dado. Abracei outra comissária ex-VARIG também que sorriu pra mim e a agradeci pelo atendimento.
Pra fechar com chave de ouro, fui da aeronave pro desembarque na van da TAM junto com uma papelada enviada pelo cmte. (pediram uma van lógico pq todos os pax já tinham ido no busão.)
E assim terminou o meu melhor vôo da minha vida.

abs
ER

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Flor de Mizpá

Flor de Mizpá

por Everson Rodrigues


Flor Bela

“És comparável à virtuosa flor em firmamento... Te contemplo alegremente em nuances que refrigeram meu viver – atenuas as chamas que envaidecem o sofrer, enfim, és delicada e me fazes suspirar, de coração fiel momento despertar... cessas essa brandura de querer-te e tomas de minha profunda inconsciência esquecida a insensatez, apagas o reluzir de profunda timidez... me deixas assim, me deixas sem ti... quero, pois, me és tão pura e imaculada, em ti meditar e, sem empecilhos, ver-te-ei... minha Flor de Mizpá!”

Pura Sinfonia

“Me unges e não negas... me acobertas com tua sã formosura – não me furto a vãos pensamentos ‘piegas’– de amor, sem igual, és bem pura! Me abranges, me recusas, maltratas meu perturbar... o quanto antes, me cubras, com teu simples e meigo olhar... Que tens de harmonia em canto notável de ardor?... pois presenteias a minha alegria com sinceras notas de amor!...


Pleno Triunfo

“Me iluminaste, me disfarçaste a soberbia... encarecido permaneço: de minha fiel contemplação – não mereço – ínfimo despertar de sinfonia, amedrontado sentimento e sofrido coração... Pus-me o teu olhar que tanto vias – serena fonte de apreço era tudo o que querias!... Meu desprezo em singela humildade acabaste, minha ferida de constante solidão ainda não estagnaste... mas sobre infiel tribulação qu’eu dantes tinha triunfaste!...”

Doce Acalanto

“Amor sem dor ofereces em plena constância, no teu olhar e no teu cantar nunca me negaste instância para te contemplar... mês és sempre pura... sempre me fazes sentir flutuar numa lembrança bem segura – ouves o que tenho a te ofertar, meu olhar percola teus longos cabelos negros e deságuam em teus olhos castanhos – não me desperto, inconsciente, permanecerei em meus sonhos...”


Formosura Harmônica

“Olha, pois eu também me consisto em esquadrinhar em tua rica formosura... também meus puros sentimentos são sem limites espelhados por ti, minha pura... os ventos que me trazem teus aromas são circuncidados de viver, são momentos de sonhos impossíveis de esquecer... aquebrantam minha alma e conferem à minh’alegria que sem ti não poderei prolongar esta harmonia...”


Gesto Amável

Ó, que alvorada do amanhecer, que harmonia sem cessar!... por gestos puros e sublimes te comprazes me alegrar... arrancas a solidão e sem timidez me convidas logo a sonhar!... eu consinto – pois existo! sincero leigo, me proponho a te sujeitar... teu jeito permanece – tão quanto irei te amar!...

Rotina Aprazível

“Que o amanhecer não ouse ofuscar o teu sorriso, pois bem, te quero bem... semblante perfeito, formoso, de onírica aparência angelical, me tens em teus planos! Me tornas um anjo!! por teu doce respirar... teu amor é belo, não cesso: flertar-te-ei em nuances que transpiram solidão e exalam a incessável vontade de te amar, minha Flor de Mizpá!!”

Olhar Puro

“Ainda um puro e sincero olhar, brisas sentimentais ao ver-te contemplar, vãos tormentos estagnar-se-ão, sãos momentos prolongar-se-ão... me és assim – sempre serás... um vão tormento se apagará! Me zelas com teu querer – grande júbilo haverá...”

Consolo

Te exaltei perante uma noite linda e consumada,
te cantei o doce canto da beleza...
te servi de amáveis conselhos que fluíram de minh'alma
durante toda a minha ausência de tristeza – és minha mais pura beleza...
e mostrei que, por mim, serás sempre minha amada...

Copyright ©2005 Everson Rodrigues. Todos os direitos reservados.

Análise do Autor: Flor de Mizpá exalta, sem qualquer obstáculo, a beleza da mulher imaculada, da mulher pura, intocada...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Flight Report OceanAir OC6310 GRU-REC

Era o meu segundo vôo pela OceanAir que estava prestes a ocorrer a partir das 18:30 do dia 3 de julho último. Fui acompanhado por minha avó, que tem medo de voar... Chegamos ao Aeroporto Internacional André Franco Montoro, em Guarulhos, às 17:48 – um pouco em cima da hora, mas o trânsito no fim da tarde paulista nas marginais não poderia prometer outra coisa além de trânsito lento e engarrafamentos.


Guarulhos: aeroporto repleto de atrasos naquele dia. Um pouco de trabalho para encontrar o check-in da OceanAir: me baseei na placa indicativa no aeroporto de Guarulhos que me informava que eu deveria pedir para parar o carro e descer na asa A. Perguntei logo de imediato a uma funcionária da Infraero onde eu encontraria o check-in da ONE, uma vez que não constatei o mesmo de imediato na asa A. Ela me respondeu que apenas pela manhã o check-in da Avianca (pertencente ao Grupo Sinergy, dono na OceanAir) era utilizado pela ONE. Em seguida me encaminhou à asa D, em direção ao check-in desta companhia. Verifiquei o painel de chegadas e saídas e notei que o vôo OC 6310 que faria Guarulhos-Recife estava atrasado, não mais com saída prevista para às 18:30. Depois de idas e vindas sem sucesso, definitivamente fomos informados que os passageiros da OceanAir estavam usando o check-in “externo” fornecido pela BRA junto à calçada do aeroporto, na asa D. Check-in feito, me dirigi ao embarque, acompanhado sempre da minha avó.

Na sala de espera, um aguardo de cerca de 30 minutos – nossa aeronave que faria o vôo ainda não havia pousado. Aeronave pousada e dentro de 15 minutos estaríamos embarcando às 19:55 no ônibus que nos levaria ao Mk-28 estacionado na remota, alguns bons minutos após a tripulação que passara por nós para assumir o vôo OC 6310. Feito.

A bordo do imortal Mk-28 da OceanAir eu não poderia deixar de encontrar uma dedicada e eficiente tripulação: Cmtes. Francis Barros e Rodrigo compondo a tripulação técnica. Chefe de cabine Celeste, Comissários Aline e Machado formando a tripulação comercial. Recepcionado pela chefe Celeste, me apresentei e fui tomar o meu lugar no vôo: poltrona 19F (escolhida a dedo para poder desfrutar melhor da melodia executada dos motores Rolls Royce 650 Tay que equipam os Mk-28 da OceanAir).

Motores acionados, push-back efetuado. O speech da prestativa chefe de cabine Celeste foi complementado pelo cmte. Francis Barros, que nos explicou os procedimentos aeroportuários que faltavam executar para partirmos e nos pediu desculpas pelo atrasos ocorridos pela presença de nevoeiros que provocaram um efeito dominó nas operações das aeronaves nas cercanias do aeroporto e na cidade de Guarulhos e nos prometeu um vôo recompensante. Toda esta gentileza e prontidão é percebida a bordo e nas dependências de onde se possa encontrar um funcionário OceanAir. É lúcido de que o atraso não foi acarretado pela companhia e, sim, pelo mau tempo. Isto se chama ética profissional.

Iniciamos o táxi para a cabeceira 09L às 20:25, com conseqüente decolagem às 20:30. Subimos para a altitude de cruzeiro de 33.000 pés e a alcançamos às 21:15. Uma boa parte do vôo foi marcada pela presença de turbulência, mas nada que impedisse um bom descanso a bordo. O serviço de bordo foi servido: sanduíche frio, espetinho de frios, salada com tomate, azeitona e alface, salada de frutas e, como brevidade, um bombom de ótima qualidade, fazendo jus aos dizeres impressos na toalhinha da bandeja de refeição: “Pratos leves e saudáveis no clima da estação”. Às 21:21 um serviço complementar de bebidas com café foi oferecido.

Passei um bom tempo conversando com a tripulação, enquanto minha avó esteve acompanhada de seu vizinho de poltrona. Começamos a descida às 23:15 e, com forte turbulência, adentramos numa camada de nuvens para alinharmos na cabeceira 18 do Aeroporto Internacional dos Guararapes. Pouso suave às 23:40. Profissionalismo na “ponta do manche”. Desembarcamos e o Mk-28 começou a se preparar para seguir vôo a Petrolina, cumprindo ainda o OC 6310.

Everson Rodrigues.